1. |
Asas da Noite
02:43
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Levado nas asas da noite
Partiu de novo para esse lugar
Mais de mil vezes que já lá tinha estado
Não há lá nada porque terá voltado
Levado, nas asas da noite
Ele foi levado, nas asas da noite
Largou o corpo deitado no chão
Saiu voando pela escuridão
Sente-se leve, quando fica vazio.
E vai tão alto que se esquece do tempo,
O seu fracasso para por um momento
Só lá é livre de qualquer julgamento.
E de repente alguém ligou o cantante.
Jorrando punk do altifalante
Sente a vertigem, acorda alucinado
E vê de novo que estava pedrado!
Salta do chão joga as mãos à cabeça.
Corre aos tombos para a porta da rua,
Tinha jurado que não voltava ali!
Aquela sina não podia ser sua!
Sente-se leve, quando fica vazio.
E vai tão alto que se esquece do tempo,
O seu fracasso para por um momento
Só lá é livre de qualquer julgamento.
Mas à saída uma troca de olhar
Logo lhe diz que vai ter de lá voltar,
Não há heróis no mundo da heroína,
Mas ele vai ter de tirá-la da esquina
Porque ela é sua, embora ande na rua
escrava de um vício que também é o seu
Porque ele sabe que não pode escapar.
Fugir dali e deixá-la ficar.
Levado, nas asas da noite
Ele foi levado, nas asas da noite
Largou o corpo deitado no chão
Saiu voando pela escuridão
Sente-se leve, quando fica vazio.
E vai tão alto que se esquece do tempo,
O seu fracasso para por um momento
Só lá é livre de qualquer julgamento.
Mas à saída uma troca de olhar
Logo lhe diz que vai ter de lá voltar,
Não há heróis no mundo da heroína,
Mas ele vai ter de tirá-la da esquina
Porque ela é sua, embora ande na rua
escrava de um vício que também é o seu
Porque ele sabe que não pode escapar.
Porque ela é sua!
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2. |
Sintra
04:00
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As árvores dançam ao som do vento,
Os ossos tremem a cada movimento,
Ao fundo o foco do farol faz-nos crer,
Chegou o fim... chegou o fim do anoitecer.
A floresta escureceu,
Dão-se passos mais curtos,
Aos círculos e escondidos,
No meio dos arbustos.
A sua força engana o medo
Como um simples toque de magia.
Nem tudo aqui parece negro
É a ilusão de tanta fantasia!
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3. |
Pela Calada
03:03
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De cara tapada sais pela calada
Deixas a família a dormir em casa
No teu carro novo partes à procura
De um puto pobre que te a ponha dura.
É pela noite que tiras a caraça
De homem de bem com bom nome na praça
É pela noite que tu partes à caça
Atrás de putos com algemas e mordaça!
De dia és um fato exemplar
De noite esperas que todos se vão deitar
Para te transformares nesse monstro pervertido
Porco nojento devias ser abatido
E por aí muitos mais há como tu
Seres que na sombra sofrem estranhas mutações
E que se saceiam provocando sofrimento
Se apanhasse um cortava-lhe os colhões
Não há perdão para crimes como os teus
Que em mim provocam o pior dos sentimentos
Se te apanhasse podias gritar por Deus
Porque nem Ele ia ouvir os teus lamentos.
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4. |
Não Há Regresso
03:18
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Uma auto-estrada, em contra mão
Sempre assim foi a minha vida,
De olhos postos em algo mais
Como um ataque suicida.
Eu vou a fundo, eu estou possesso
Rumo ao meu alvo, não há regresso,
Pelo que quero estou disposto a tudo
A ir sozinho de encontra o Mundo.
Não há regresso, eu não vou voltar atrás
Sei bem do que sou capaz.
E é só assim que eu sei viver
Pelo caminho que escolhi fazer,
Sem dar o braço a torcer
E é só assim que eu sei viver,
Não vou parar, não vou ceder
Eu vou a fundo até morrer.
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5. |
Coma 85
04:27
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Entrou em coma em 85,
Deu um chuto de coca com absinto,
Desnorteado aterrou no futuro,
Depois de anos à deriva no escuro.
Ano 2000 o mundo não acabou,
Os carros ainda andam pelo chão.
Tudo na mesma à primeira vista.
Continua a ver sangue na televisão!
Dias depois fugiu do hospital
Botas da tropa, blusão de cabedal
Três serenais no bucho, óculos de sol.
De novo pronto para mais Rock 'n' Roll!
Cabeça cheia branco como cal,
Em busca de acção nas ruas da capital.
O homem do futuro acabou de aterrar
Vindo do passado, pronto para rockar!
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6. |
Sempre Igual
02:44
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Sais de casa sempre a correr,
Como é costume já vais atrasado
Nem tempo tens para falar um pouco
Com a pessoa que dormiu a teu lado.
Vestes a roupa do dia anterior,
Metes na boca uma merda qualquer
Respiras fundo e sais decidido
A suportar mais um dia fodido.
É sempre igual, nada de novo é SEMPRE IGUAL.
Queimar a vida para sobreviver
Todos os dias, todas as horas
Todo o meu tempo deitado a perder
Todo o teu tempo deitado a perder.
Tudo passou... deixaste passar
E o que ficou?... nada, nada para contar.
E pela noite regressas a casa.
Quase sem forças para subir as escadas
E um dia destes quando olhares ao espelho.
Vais dar de caras, com a cara de um velho
Todo o teu tempo passou,
Passou e nada ficou para contar,
Passou e nunca mais vai voltar
Passou!
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7. |
Sala de Espera
03:50
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Deitado numa cama, máquina ligada
Mantém mais uma mente, sofrida e acordada
Coração mecanizado, olhar paralisado
Um corpo inanimado, que escolheu ser desligado.
Ele escolheu, ele escolheu...
Já sofreu tanto e passa o tempo
Seu inimigo, que o destrói a passo lento.
Levou a esperança de não ser abandonado
Pela família e pelo estado.
E é daí que a solução deve aparecer
Porque o futuro pode surpreender
Compete ao estado fazer algo diferente.
Tudo o que ele queria era voltar a viver;
Não estar só, nessa escuridão
À espera que o venham confortar
E que traga a sua salvação
Que lhe apague a dor, ou o faça parar!
Para ele é uma doença estar vivo.
Não percebo como ainda sobrevive.
Procura forças para aguentar.
Até ao dia em que o Nirvana chegar.
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8. |
Urbano Dependência
03:39
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Erguem-se gigantes do chão,
Corpos de cimento com pés de alcatrão
No meio dos quais de novo aprendes-te a correr,
sabes que aqui só é fácil perder.
És um mutante e nem dás conta disso,
E só não vês porque não queres ver!
Por mais que tentes não podes fugir
É só aqui que te sabes mover.
A cidade é como um vício, para ti!
Uma droga sem a qual não podes passar.
Precisas de consumo para viver.
Precisas do fumo, para respirar!
Corres e vives nessa ilusão de que um dia tudo possa mudar
Agarrado à farsa de que talvez tu, lhe possas escapar.
Sabes que há mentiras em que é preciso acreditar,
e que a verdade é que gostas da merda, que te anda a matar.
Não vale a pena negares
Precisas de consumo para viver.
Precisas do fumo, para respirar!
Corres e vives nessa ilusão de que um dia tudo possa mudar
Agarrado à farsa de que talvez tu, lhe possas escapar.
Sabes que há mentiras em que é preciso acreditar,
e que a verdade é que gostas da merda, que te anda a matar.
Anda a matar. A matar!
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9. |
Fogo Posto
03:02
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Saiu a correr, jamais alguém lhe viu o rosto.
O mato ficou a arder, a arder de fogo posto.
De fogo posto, fogo posto.
E toda a serra se iluminou
Como um braseiro, até ao sol nascer,
E todo o verde, preto se tornou.
Depois de arder, depois de arder.
Estamos mais pobres cada dia que passa
Estamos mais pobres, o fogo alastra
E esta terra, cansada de ser ferida
Cada vez mais, cada vez mais vai ficando sem vida.
A volta do lume dança a morte anunciada
Faz sinais de fumo enquanto ergue a espada
Faz sinais de fumo e ninguém vê nada!
Nunca só noite, um acto criminoso!
Queimou a encosta, deixou tudo morto!
Nada restou, de toda a vegetação,
Virou carvão! E morreu!
De fogo posto, fogo, fogo posto
De fogo, fogo posto, ardeu!
De fogo posto, fogo, fogo posto
De fogo, fogo posto, desapareceu e morreu!
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10. |
Assaltei o Banco
02:43
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Peguei no fugante, entrei de rompante,
Mandei toda a gente para o chão!
dirigi-me à caixa, apontei-lho à testa,
E dei-lhe o saco para a mão
Gritei decidido, bem ao seu ouvido,
Não tenho o dia todo para ti!
Não te armes em esperto, mete ai o guito
Ou fodo-te os cornos já aqui!!!
Assaltei o banco, o banco assaltei
Fiquei milionário sem roubar ninguém.
Saí porta fora, com o saco cheio
Saltei para o carro e arranquei
Soou o alarme, mas já era tarde.
Parti mais rápido do que cheguei!
Fiz tudo bem feito, dei o golpe perfeito,
Jamais me vão poder agarrar.
Mais de um milhão, está na minha mão
Sem ter de andar a roubar!
Um século de perdão garantido,
De que posso estar arrependido!
Um século de perdão garantido,
Garantido, garantido.
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11. |
Vencer
02:02
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Eu cá vou vencer na vida,
Eu vou ser o que eu quiser,
Porque sei que à partida
Tudo pode acontecer.
Tudo pode acontecer, tudo pode acontecer
Eu cá vou vencer, eu cá vou vencer na VIDA.
Vencer na vida, ser o que eu quiser
À partida tudo pode acontecer,
No meio desta merda toda
Procuro algo para agarrar.
Dizem-me que não existe,
Mas eu sei que vou achar.
Jogo tudo aquilo que tenho,
Vejo tantos desistir,
Não os tomo por exemplo, eu sei que vou conseguir.
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