1. |
Advogado do Diabo
03:05
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Mercenários contratados
Por dinheiro sujo de homens que sabem culpados
Pouco lhes importa afinal a justiça
Só a carreira importa na sua mente egoísta
Servem-se de todos os meios
Jogam com a vida de terceiros
Como cobras venenosas vão contornando a lei
Num sistema que conhecem melhor do que ninguém
Metem os criminosos de novo na rua
Brincam com a minha vida
Mandam inocentes para a cana
Com as suas mentiras
Advogado do diabo
Perigoso servo do poder
Quem mais tem sempre se safa
Outro qualquer se há-de foder!
Mete nojo a qualquer um
Ver tanta mentira junta
A justiça é uma farsa
E a verdade não chega nunca
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2. |
Homem de Barro
02:55
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Caem os anjos do céu de asas queimadas pela civilização
Morrem os deuses do mar intoxicados com a poluição
Chora a terra nossa mãe enquanto é esventrada até à exaustão
E um dia o fogo virá para acabar de vez com tanta violação!
Homem de barro, os teus olhos mostram-te pouco
Génio macabro, o desejo de poder deu contigo em louco
Homem pequeno, vê o que fazes ao mundo e aos teus
A morte virá, para te levar a responder na presença de Deus.
Abrem-se buracos no céu para que os raios do sol te venham queimar
Derrete-se o gelo dos pólos para que o chão que pisas se possa afundar
As nuvens bebem o teu veneno e oferecem-te em troca chuva corrosiva
Andas a brincar com o fogo e vais acabar por pagar com a vida
O fogo virá das fendas do firmamento!
O fogo virá e de nada servirá todo o teu armamento!
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3. |
Bomba Relógio
02:06
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Acordar mais uma vez de boca seca
Com uma ameaça de bomba na cabeça
Num quarto escuro com cheiro a bafio
Ouvindo os barcos passarem no rio
Quilhas de ferro cortando a corrente
Deixando uma esteira de espuma salgada
Chegam e partem constantemente
Quebrando o silêncio desta madrugada
Sentado na cama, cigarro na mão
Testo a sanidade do rasto do borrão
E o fumo que entra não enche o vazio
E o tremor do medo funde-se ao do frio
Talvez amanhã tu possas voltar
Repito para mim em busca de calma
Talvez amanhã tu possas matar
O nada que me enche e atravessa a alma
Cigarro derrubado, cigarro apagado
Preciso de um cigarro
Fodi o isqueiro e perdi o maço
E agora o que é que eu faço?
Há fantasmas na sala
Há fantasmas no quarto
Há fantasmas por todo o lado
E agora o que é que eu faço?
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4. |
Plano de Fuga
02:51
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Aqui vou eu de novo à procura, de palavras que me satisfaçam
Hoje não tenho ódio para dar, é de coisas boas que vos quero falar
Nem tudo tem de ser sempre tão preto, não vale a pena torturar-me mais
Hoje não tenho ódio para dar, nem tenho vontade de o ir procurar
Quero falar do que tenho escondido
Este tempo todo não sei bem porquê
Das coisas perfeitas que há no mundo
E do prazer que dão quando alguém as vê
E há tanta coisa boa se fores capaz de ver
Para lá desta loucura que nos obriga a correr
E há tanta tanta coisa que nunca imaginamos
Para lá desta loucura, eu quero ir à procura
Eu quero ir anda comigo,
viver a vida que nos tem fugido!
Nesta teia de condicionamentos,
que tenta matar os nossos sentimentos
Procura uma falha que nos deixe escapar
Eu sei que ela existe em qualquer lugar
Homens que se atropelam
Que se mata, que se esfolam
Que se esmagam na ganância
De trepar até ao topo
Homens que se enganam
Que se iludem, que se perdem
Que se esquecem e que trocam
esta vida por tão pouco!
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5. |
Deixa-te Cair
02:42
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Deixa-te cair para dentro de ti
Parte e vai sem medo o mais fundo que possas
Tenta descobrir onde ficou perdida
A chave que é capaz de abrir todas as portas
Esquece as coisas que usas para te entreter
Pára de jogar o jogo do querer parecer
Vai sem contornar buracos e medos
Vai desarrumar todas as tuas certezas
Esse que inventaste serve bem parar os outros
Mas se olhares bem talvez nem o conheças
E a chave que procuras para te poderes libertar
Espero só que estejas pronto para te poder achar
E o que os outros pensam não é importante
Quando comparado com aquilo que se sente
As normas e regras são uma invenção
Com a qual nos castramos de forma permanente
Esquece as coisas que usas
Pára de jogar o jogo
Porque se o fizeres
Talvez o vás achar
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6. |
Ameaça Fantasma
02:09
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São perigosos estes tempos que correm
Vazios de ideias ou novas soluções
Por isso a maioria acaba por aceitar
Ser isto o melhor que se pode arranjar
Estes são tempos perigosos...
Nos não somos o tempo que vendemos
E muito menos o dinheiro que temos
Embora nos queiram fazer acreditar
Ser por isso que os outros nos vão respeitar
Estes são tempos perigosos!
E há fantasmas que espreitam em cada fracasso
Esperando que a crise lhes volte a dar vida
Novos salvadores de soluções já gastas
Sedentos de poder e de ideias nefastas
Pelas artérias da cidade
O sangue corre envenenado
E a avenida da Liberdade
Leva a um ditador de leão ao lado
Assim como ontem, assim amanhã...
As coisas sempre se repetem
E é esse vazio que nos traz o perigo
Faltam ideias para nos dar abrigo!
E o inimigo quem sabe quem é?
Está bem camuflado entre os democratas
É a favor desta liberdade
Que nos engasga e nos ata as patas
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7. |
Jogo Sem Regras
02:09
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Quando cai a noite e os outros vão dormir
Carregar o corpo para o dia que há-de vir
Há quem se levante e saia para procurar
Tudo o que o dia nunca nos vai poder dar
Há portas que se abrem para o mundo de pecado
Mil e uma maneiras de passar um bom bocado
Há sempre quem queira gastar alguma saliva
Seja em meros desabafos seja de forma lasciva
E o jogo não tem regras cada qual que faça as suas
É mistura explosiva que anda à solta pelas ruas!
Esquemas e cumplicidades segredos guardados a 7 chaves
Viagens alucinantes por entre luzes de cor berrante
Numa atmosfera de excessos que lá nunca são demais
A noite sempre é capaz de nos fazer
esquecer a condição de mortais
Por entre o perigo constante fundem-se sons dissonantes
Fazendo mover os corpos da multidão contrastante
Avança até de manhã vertiginosamente
Até que a exaustão te ponha o corpo dormente
Há que saber sair e entrar
O carrossel não pode parar!
Anda depressa, depressa demais
Toma cuidado para ver se não cais!
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8. |
Filhos do Divórcio
02:20
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Filhos do divórcio
Criados em famílias onde o amor virou ódio
Objectos de disputa
Utilizados para manter acesa a luta
Armas de arremeço
Sempre são eles que acabam por pagar o preço
Entre o fogo cruzado
Postos na posição de ter de escolher um lado
Danos colaterais
Vítimas de batalhas legais
Não dá para entender
Será que eles não vêem o que lhes estão a fazer?
Pressão demais
Na maior parte dos casos em idades cruciais
Sempre há que acaba perdido
Apanhado por engano no meio do fogo amigo
Carregando o peso de tanta carência
Têm de aguentar a família em decadência
Guardando para si
A vergonha que têm do que disse até aqui
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9. |
Desejo Perigoso
02:11
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Eu sou o sangue que te corre no corpo
A fervilhar num desejo perigoso
Sou esse sonho que sabe os teus segredos
Venho pela noite na ponta dos teus dedos
Sou eu que vês quando fechas os olhos
Para utilizar o corpo de alguém
Sou esse vazio que tentas preencher
A peça que te falta para voltares a viver
Quantos erros cometidos
Quantas feridas mal saradas
Tantas promessas e juras quebradas
O tempo passa e por nós passou
O tempo passa e o nós acabou
Foi em ti que projectei o meu melhor
Foi em ti que descobri esse meu lado
E agora também eu sou prisioneiro
Desse amor que ficou mal acabado
E embora ambos tentemos simular
Que estamos bem e não saimos a perder
O que tivemos não se pode ultrapassar
E é pela certa impossível de esquecer
E as pequenas coisas hoje já sem importância
Foram capazes de nos derrubar
e eu sei que tu querias tanto como eu
Voltar atrás para as poder emendar
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10. |
Luta Desigual
02:30
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Vai pela rua tão suja e escura
Vai pela rua vai à procura
Desse futuro que era teu
Desse futuro que nunca apareceu
Sobre a cidade adormecida
Pairam no ar as falhas da vida
Voas de novo, sais do buraco
Embora gasto, embora fraco
Chama por ti no céu cinzento
Um resto de orgulho veio com o vento
Trazendo de novo um pouco de força
Até o coração te salta pela boca!
Faz tanto tempo que foste apanhado
Nesse labirinto que insiste em apertar
Cada dia que passa vais sendo esmagado
e um dia tudo estará acabado.
O sistema encurralou-te.
Para roubar tudo aquilo que era teu
Foi-te derrotando com a ajuda do tempo
Numa luta desigual consumindo por dentro
O que tu querias ser, o que tu ias fazer...
Foste por caminho incerto
Agora estás perdido às voltas no deserto
Rodeado de ossadas de outros como tu
Mortos sem glória pelas raios do Sol
Esfomeados com sede depois de tanta luta
Num mundo feito por filhos da puta!!!
Embora fraco segues em frente
Tenta acreditar que te espera algo diferente
Dentro de ti sempre reacende
Este fogo te diz - Um homem não se rende!
Luta até à morte se tens ideais
Luta até à morte por um pouco mais
Não te vendas, não te rendas, não te entregues jamais!
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